Conrado Pera

És a flor no cabelo
És o fruto, és o cheiro
De amor no ar

És a festa na aldeia
És o céu, lua cheia
Refletes no mar

És a estrela da aurora
És a morte que choras
Pra não mais voltar

És a dor da lembrança
És o fio de esperança
Que a vida não dá

És a flor de laranjeira
És a semente que a pedra barrou
Beija-flor só de brincadeira
Avuou, vuou, vuou

És a luz do seu sorriso
Iluminando uma nova era
És aquarius sobre o paraíso
Planeta tera, terra, terra

Ilumina, ilumina, iluminar
Ilumina, iluminar

És o rio doce água
Que escorre por mágoa
No interior

És a salobra lágrima
Molha quem ama
Cascata de dor

És o perfume da rosa
És preguiça teimosa
És poema e autor

És também o espinho
Que fica sozinho
Guardando sua flor

És baraúna, és embaúva
És terra, pau, folhas, raízes
És o sol acariciando a chuva
Arco-íris, íris, íris

És o clamor de um povo aflito
Reinventando preces na dor
És a cura pro mundo em conflito
És o amor, amor, amor

Ilumina, ilumina, iluminar
Ilumina, iluminar